Cursos com inscrições abertas
Se analisarmos os movimentos modernistas da América Latina, foram muitos e dentro de temporalidades diferentes, encontraremos uma multiplicidade de referências que vão determinar, ao mesmo tempo, o final do ciclo das vanguardas europeias, mais conhecido como “retorno à ordem” e o início de um ciclo de modernismos na América Latina, processos que tiveram uma duração bem mais longa que a inspiração europeia. Em boa medida, eles estiveram conjugados a processos específicos de formação da nacionalidade e reafirmação das Independências e alguns, como os casos do Peru e México, a projetos revolucionários e de educação popular.
Entretanto, boa parte das expressões artísticas das sociedades latino-americanas do início do século XX, de raízes mais populares, foram invisibilizadas do vernáculo modernista que se baseou nas categorizações e parâmetros eurocêntricos para definir o que era moderno ou não. Esse posicionamento excludente, claramente identificado com o conceito de colonialidade do saber e com projetos de modernidade das elites, estendeu-se aos outros planos da cultura nas sociedades latino-americanas em tempos subsequentes.
Este curso pretende reafirmar a necessidade de construirmos novos parâmetros de análise, livres das amarras da historiografia eurocentrista para entendermos as peculiaridades que fizeram dos nossos modernismos latino-americanos experiências únicas e extremamente criativas. Pretendemos demonstrar a existência de lacunas de um modernismo difuso, múltiplo e descompassado e que deixou para trás parte significativa do que somos.